segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Oficina - Variação linguística

Oficina - Variação linguística
1- Objetivos
  • Ensinar partindo da realidade social das crianças, de suas vida s, do que elas sabem e gostam.
  • Refletir sobre o sotaque, o tom de voz, o modo como utilizam as construções sintáticas, as referências e tantas outras marcas.
  • Identificar as variedades linguísticas que concorrem para a construção de sentido.
  • Utilizar a variedade padrão
  • Observar e aplicar a variedade padrão nos mais diversos textos: notícia, reportagem, editorial, crônica anúncio publicitário.
  • Observar os diálogos presentes nas tirinhas, contos e crônicas.
  • Criar efeitos de humor, ironia, comicidade e lirismo.

2- Material necessário
  • Som e Cd's
  • Fita crepe
  • Impresso com a história “Receita culinária”
  • Revistas, rótulos, dinheiro, documentos, gibis (Chico Bento/ Cebolinha)
  • Figurino para teatro

3-Tempo previsto 5 a 8 horas

4- Aquecimento para o tema
  • Sensibilizar o grupo para a atividade, propondo um movimento de fluidez dirigido ao som de música: de olhos fechados cada um vai mover os dois braços paralelamente para frente e para o alto, e depois para baixo e para trás, de forma lenta e contínua, sem dobrar o tronco, mas flexionando ligeiramente os joelhos. Depois fazer o mesmo movimento, mas com os braços alternados. Finalmente mover-se pela sala com leveza, como se estivesse caminhando em câmara lenta, sem gravidade.
  • Solicitar que os participantes formem uma roda, de pé, e que fechem os olhos. Explicar que eles deverão fechar os olhos, pois deverão prestar atenção apenas na voz do professor ( que deverá estar estar vestido de acordo com o personagem da fala).
  • Não abram os olhos. Ouçam um mineiro falando a receita.

Gênero textual – Receita culinária
  • Receita Casera Mineira de Môi de repôi nu ài e ói.
Ingredienti:
  • 5 denti di ái
  • 3 cuie'di oí
  • 1 cabeça de repôi
  • 1 cuié di mastumati
Modi fazê:
  • Casca o ái, pica o ái i soca o ái cum sá
  • quenta o ói na cassarola
  • foga o ái socado no ói quente
  • pica o repôi beermmm finim
  • fogá o repôi no ói quenti junto cum áí fogado
  • põi a mastumati mexi cum a cuié prá fazê o môi.
  • Sirva cum rôis e melete
  • Dá prá dois cumê
  • (Bão prá fazê no domingo).
  • Explicar aos alunos que a escrita dessa receita expressa uma forma jocosa, caricatural, do modo como os mineiros, de uma forma geral, falam?
  • Perguntar-lhes se os mineiros têm modos particulares de usar a língua? Esperar respostas e falar que não.
  • Abrir debate para a fala chiada do carioca, a fala “cantada” dos nordestinos e 'mutchas” outras características da fala de grupos sociais, não só geográficas ou regionais, mas também ligadas às profissões, à idade e as outras, lembrando que a forma de falar de certa forma apresenta a pessoa. Abordar o conceito de adequado e inadequado e o preconceito entre o certo e errado.
  • Sentados em círculo, professor irá encenar uma situação em que, numa entrevista para um emprego, o entrevistador pergunta à candidata ao cargo: “ Como soube dessa vaga?” e a candidata responde: “Meu marido ouviu no rádio do carro que estavam abertas as inscrições. Assim que soube, meu filho telefonou para minha mãe pedindo que rezasse um terço para que eu fosse aprovada!” A informação requerida pelo entrevistador, provavelmente, seria, simplesmente “Pelo rádio” ou “Meu marido ouviu no rádio”, já que possivelmente fez a pergunta com o intuito de fazer um levantamento da eficácia dos meios de comunicação utilizados para divulgação da vaga. Ao perguntar, entretanto, recebeu junto com a informação solicitada, outras não requeridas: a candidata é casada; o marido tem carro, o carro tem rádio; tem pelo menos um filho, que não é pequeno, pois utiliza o telefone com desenvoltura; deve ter telefone em casa; há um forte desejo na família de que a moça trabalhe; a moça tem mãe viva, que professa uma religião e reza; além de outras suposições possíveis. Quantas informações o empregador teve da candidata apenas com uma pergunta que não era pessoal.
  • Explicar aos alunos que as falas deles como a de todos expressam a vida que vivem, o que sabem, seus valores, sentimentos e desejos.
  • Criar um espaço para que os alunos possam falar sobre suas realidades.
  • Explicar-lhes que dependendo do espaço onde são produzidos a nossa fala, isto é, do conhecimento do cotidiano, das diversa situações e pessoas, da História, da Religião, da Literatura, do contexto social, econômico e cultural, vamos lendo a realidade de diversos modos.
  • Apresentar-lhes alguns textos para que observem a linguagem utilizada : placa de trânsito, dinheiro moeda e papel, documentos, embalagens, rótulos, verbetes de enciclopédia.
  • Lembrar que textos como os quadrinhos de Chico Bento, podem ser tomados como oportunidades para perceber e avaliar a utilização de determinada variedade linguística como um traço importante na constituição do personagem ( ao invés de servirem de pretexto para exercícios de correção, em que os alunos são orientados a reescrevê-los usando o dialeto de prestígio).

5-Vivência
  • Fazer uma “chuva de ideias” (brainstorming) em torno das palavras uso adequado e uso inadequado da linguagem. Escrever as palavras em painéis e incentivar os participantes a dizer espontaneamente o que associam a cada uma delas. Registrar, nos painéis, as expressões exatas dos membros do grupo. Sintetizar e organizar os conceitos com o apoio em transparências e cartazes.
  • Provocar o grupo a pensar como se organizam, em nossa mente, as representações e os significados e como essa forma de falar influenciam as pessoas a terem preconceitos. Comentar as várias formas de falar das pessoas, de acordo com a região em que moram, de acordo com a situação e com os grupos dos quais fazem parte.
  • Selecionar previamente anúncios publicitários de revistas ( em especial dirigido ao público jovem), revistas do personagem Cascão, a sua linguagem, a sua forma de usar a fala.
  • Colocar os anúncios no centro da roda e pedir que cada membro do grupo escolha um que chame a atenção. Abrir espaço para que alguns participantes cometem a escolha feita.
  • Dividir o grupo em três subgrupos e propor que os participantes façam uma leitura crítica de um dos anúncios. O objetivo é descobrir as estratégias usadas pelo anunciante e a exploração da linguagem. A forma de utilizar a fala, as imagens as cores, as palavras, as situações representadas, o poder de sugestão.
  • Observar que tipo de necessidade ou aspiração o anúncio procura explorar? A que tipo de público ele se dirige? Que valores teria esse público – ou deveria ter – segundo o anúncio?
  • Pedir aos alunos que estabeleçam diferenças entre o texto receita culinária e os textos publicitários
  • Esclarecer que as conclusões do grupo deverão ser apresentadas em plenário por um representante.
  • Organizar as representações dos subgrupos no plenário. Provocar o aprofundamento das reflexões e a elaboração de perguntas polêmicas para as quais o grupo não tenha resposta prontas

6- Aplicação e metacognição – Aprender para aplicar
  • Solicitar aos alunos que cada um registre em seu caderno o que aprendeu sobre o tema estudado.
  • Abrir espaço para que os membros do grupo comentem os registros no plenário. O professor deve retificar ou ratificar e complementar as idéias apresentadas.
  • Incentivar aqueles que se mostram mais autônomos e deixá-los coordenar as seguintes atividades: produzir tirinhas, conto e texto científico, utilizando as variações da fala.

Para introduzir a atividade acima, serão distribuídos balões aos alunos com os três gêneros textuais, para formar grupos.
Ao toque de uma música os alunos irão tocar os balões e quando parar a música, eles deverão estourá-los e pegar o texto dentro do balão ( tirinhas, conto, texto científico) e formar grupos de acordo com o gênero sorteado.
Organizar concurso de piadas, anedotas e adivinhas.
Criar espaço para que os alunos possam ler seus textos.

7- Educação Física
  • Organizar o teatro explorando as diversas variedades da fala: fatores geográficos, históricos e sociais.

8- Avaliação: Portfólio

Referência:
SRE – Monte Carmelo em Encontro de Escolas de Educação Integral, promovido pela SEE-MG
Postado por Susana Lúcia do Nascimento

 

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